28/06/2008

Amnésia


Precisei matar-te!
[e, retê-lo na turva estrada...]

− Oh, vã história!


trovador sem causa...
lapso falho

furta memória!




22/06/2008

Despenhadeiro




Há coisas que precisam ser claras
(o quanto possível!)
há de se ponderar...


− Palavras?... Reflexos d’alma!
Não se podem ocultar.


Mas...
ando-tenho-estado-tão-cansada
e, nas palavras,
deixar-me-ei
despencar

.

.

.


11/06/2008

Madeixas




Ando a gostar de miudezas:
botões, zíperes, golas e gomalina.



Ando a espreitar rósea cor em tom ameixa
E caras limpas.


Ando esquecida das curvas...
E ziguezagueando reta linha.



Ando por saletas e asas miúdas
depurando néctar à banho-maria.



mais...

- aonde estão as minhas madeixas?!...



08/06/2008

Contudo(s)



Agora que as coisas andam...
surpreende o medo.

Quando tudo era pranto e válido:
hálito, sândalo, pastoreio.


Agora nada de lunares
nem verdades esculpidas.

Lentes, arcos, moldares
furores e medidas.


Agora, nada de saudade
nem inquietações.

Sonhos mirabolantes
fabulários e demonstrações...


Agora...
nada de estrelas na tarde
nem surtos.

Nada de clara e dócil obscuridade
nem contudo(s)...



Arte: Marc Chagall


"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)